Mais um levantamento da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados Estatísticos), publicado no final de 2019, mostra que Barueri continua mantendo ótimos índices de mortalidade infantil dos últimos anos. Essa última versão do levantamento mostra os números do Estado de São Paulo captados em 2018.
Barueri registra uma média de 8,3 óbitos infantis a cada 1000 nascidos vivos. Isso coloca a cidade entre os 198 municípios paulistas com taxas abaixo da média estadual, que chegou a 10,7 – o menor patamar dos últimos anos.
Em 2018 o município teve 5.690 nascidos vivos e 52 óbitos de menores de cinco anos, sendo 47 deles de crianças com até um ano de vida. Os dados são baseados na população residente à época, que era de 259.793 pessoas.
Atenção integral materno-infantil
Os números da mortalidade infantil em Barueri vêm mantendo-se baixos desde 2016, quando a taxa foi de 8,1, seguida de 8,0 em 2017 até chegar em 8,3 no levantamento mais recente. Mesmo tendo subido três pontos, ainda é considerado um número muito bom e bem abaixo da média estadual. Antes disso, em 2014, a taxa chegou a 9,6, e em 2015 teve o pior quadro: 13,3.
A médica pediatra e diretora da Saúde da Criança na Coordenadoria de Atenção Básica à Saúde de Barueri (Cabs), Vera Freire Gonçalves, conta que esses números têm sido acompanhados de perto. Ela menciona a atenção integral materno-infantil desenvolvida na cidade há anos, que prevê atendimento multidisciplinar à família desde a descoberta da gravidez até os dois primeiros anos da criança.
“Ter esse pré-natal com qualidade, fazendo a classificação de risco desde o início, faz com que toda a gestação, complexa ou habitual, seja assistida, e isso dá à criança melhores condições de gestação e nascimento, além da integração da maternidade também”, ressalta.
Segundo a pediatra, os maiores índices de mortalidade infantil em Barueri ocorrem no período neonatal precoce (primeira semana completa ou sete primeiros dias de vida do bebê), geralmente relacionadas a prematuridade, más formações e outras intercorrências. Gestações e partos de alto risco são destinados ao Hospital Municipal de Barueri (HMB), que atende especificamente esses casos (saiba mais sobre esse atendimento AQUI).
Direito à atenção humanizada
O projeto desenvolvido na cidade é todo norteado pela Rede Cegonha, do Ministério da Saúde, que existe desde 2011. Mas em Barueri o modelo já era praticado anteriormente ao seu lançamento. Segundo prevê, “toda mulher tem o direto ao planejamento reprodutivo e atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério (pós-parto), bem como as crianças têm o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis”.
“Temos uma das menores taxas de mortalidade infantil da região. Isso indica essa alta qualidade de pré-natal e também o acolhimento dessa criança dentro da Atenção Básica, no grupo de pediatria, na questão dos quatro núcleos ambulatoriais de alto risco que acolhem todas essas crianças prematuras ou que tiveram alguma intercorrência durante o parto, além dessa prioridade e regularidade de consultas até os dois primeiros anos de idade”, detalha a diretora.
A cobertura vacinal e os grupos, como os de pré-natal, puerpério, alto risco, aleitamento e outros, realizados nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), também foram destacados pela médica como responsáveis pelos bons índices. “Isso reduz também a vulnerabilidade da criança com relação à exposição contra agentes que aumentam sua morbidade e, muitas vezes, sua mortalidade. Quanto mais organizada e eficaz a atenção primária, maior é a contribuição para redução da mortalidade materna e infantil”, finaliza Vera.