Com o registro de baixas temperaturas, o InCor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FMUSP) alerta para o aumento do risco de problemas cardiovasculares.
Estudos apontam que durante a estação mais gelada do ano, principalmente quando os termômetros ficam abaixo dos 14 graus, o risco de infarto agudo do miocárdio (IAM) aumenta em até 30%, e a chance de acidente vascular cerebral (AVC), em 20%.
Nessa situação, o organismo entra em um “combate” para manter o corpo aquecido em torno de 36,1ºC. “O metabolismo se acelera, os vasos sanguíneos se contraem e o coração precisa se esforçar muito mais para bombear o sangue. Em pessoas debilitadas ou com doenças crônicas como as cardíacas, essa condição eleva o risco de acidentes cardiovasculares”, explica o cardiologista Dr. Roberto Kalil Filho, presidente do InCor.
Grupo de Risco
Estão no grupo de risco para baixas temperaturas pessoas acima de 65 anos, hipertensos, aqueles que já tiveram infarto ou AVC, que passaram por angioplastia ou ponte de safena. Fatores como o sedentarismo, diabetes e colesterol descontrolados e estresse também merecem atenção. A população em situação de rua também tem risco aumentado, devido à sua vulnerabilidade social.
Prevenção
De acordo com o InCor, para além de se proteger do frio com o uso de roupas reforçadas, a recomendação para todos é manter alimentação saudável, inserir a prática de exercícios físicos na rotina e se hidratar constantemente, não apenas nesta estação, mas durante o ano todo.
“Para cardiopatas, além dessas medidas, é essencial manter o acompanhamento médico periódico e as medicações em dia, assim como controlar o colesterol, a pressão arterial e a glicemia, com atenção a qualquer sinal de desconforto”, recomenda o cardiologista.