Evitar exposição direta ao sol e usar protetor solar diariamente são algumas medidas fundamentais
O Dezembro Laranja, mês de combate ao câncer de pele, foi criado para chamar a atenção da população sobre os possíveis sinais do tipo de câncer mais frequente no Brasil. Pensando nisso, o Hospital Municipal de Barueri Dr. Francisco Moran, unidade da Prefeitura de Barueri gerenciada em parceria com a SPDM – Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, dá algumas dicas de prevenção e elenca os principais sintomas como forma de alerta.
De acordo com Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de pele pode ser dividido em dois grupos: melanoma e não-melanoma. O tipo não-melanoma corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos no país, mas apresenta grande chance de cura quando detectado precocemente. Já o melanoma, que representa 3%, é o considerado o mais grave devido à uma possibilidade maior de metástase, que é quando o câncer se espalha por outros órgãos. A última estimativa do INCA, feita para 2018 e 2019, aponta mais de 170 mil novos casos de câncer de pele por ano.
Pessoas que têm muitas pintas pelo corpo, que possuem a pele e os olhos claros, que ficam expostas de forma excessiva ao sol, que fazem uso de imunossupressores e que possuem histórico familiar de câncer melanoma são consideradas mais propensas para desenvolver o câncer de pele. “Uma ferida que sangra, não cicatriza e coça precisa ser avaliada porque pode ser um câncer de pele. No caso do melanoma, nós usamos a regra do ABDCE: assimetria, borda irregular, coloração com várias pigmentações, diâmetro acima de 6mm e evolução (mudanças). Se essas características forem identificadas é super importante não postergar a ida ao médico”, explica Thais Garcia, dermatologista do hospital.
O HMB realiza mensalmente cerca de 120 procedimentos cirúrgicos de câncer de pele, que consistem na remoção da lesão para análise laboratorial a fim de confirmar o diagnóstico. Dependendo do tipo de câncer, há necessidade de ampliar a intervenção na área afetada pelo tumor. “Nós vivemos em um país tropical, litorâneo, e na década de 70 e 80 não existia essa consciência de proteção contra o sol. Ter uma aparência saudável era estar com a pele bronzeada. E agora estamos colhendo as consequências com esse índice tão elevado de câncer de pele. Mas, é importante destacar que o diagnóstico precoce é fundamental, porque a chance de cura chega a 90%”, esclarece a dermatologista.
Evitar a exposição excessiva ao sol, principalmente entre 10h e 16h, e proteger a pele dos efeitos da radiação Ultravioleta, inclusive em câmaras de bronzeamento artificial, são as melhores estratégias para prevenir o câncer de pele. “O protetor solar deve ser usado religiosamente, como usar sabonete, creme dental… Precisa ser diário e sempre com preferência para fator acima de 30. Para quem ficar exposto diretamente ao sol, como em praias e piscinas, nós usamos a regra das nove colheres de chá de protetor: uma para rosto e pescoço, duas para o torso, duas para os braços e quatro para pernas. E a reaplicação deve ser feita a cada três horas”, comenta Garcia, que reforça a necessidade do uso também de chapéus com abas largas, camisetas e óculos escuros.
Como a maior parte dos cânceres de pele pode ser tratada com cirurgias relativamente simples não é comum existir uma preocupação com a pele de modo geral. Mas, vale ressaltar que quando não identificado de forma precoce, o câncer de pele não-melanoma pode causar lesões mutilantes ou desfigurantes, e o melanoma, por ter maior chance de desenvolver metástase, pode prejudicar também outros órgãos.
A recomendação é passar em consulta com o dermatologista pelo menos uma vez ao ano para fazer uma avaliação, já que o câncer de pele também pode passar despercebido em regiões como na mucosa da boca, nos olhos, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, e apenas o médico é capaz de fazer o diagnóstico correto para indicar o tratamento mais adequado.