A série fotográfica O CHAMADO DO PANTANAL, obra do fotógrafo fine art Felipe Cuoco, está em cartaz na The Coast Gallery, localizada na Rua Alcides Lourenço da Rocha, 87 – Vila Olímpia, São Paulo. Composta por imagens das paisagens e da fauna pantaneira, a série busca provocar uma reflexão sobre a importância do cuidado e preservação do bioma.
A exposição reúne obras produzidas durante sua expedição fotográfica ao Pantanal, com foco em vida selvagem, luzes naturais e paisagens brasileiras em estado bruto. O caráter autoral e artístico do projeto se destaca em impressões em edições limitadas, com qualidade museológica, de todas as obras.
Cuoco visitou Porto Jofre (MT), na divisa com Mato Grosso do Sul e ponto final da estrada parque Transpantaneira – com 150 quilômetros de extensão ao longo do Pantanal do Mato Grosso, pela primeira vez em 2024. O local é conhecido como ponto de observação da vida selvagem do ecossistema presente em ambos os estados brasileiros.
“Essa exposição é um convite à contemplação e ao respeito por um dos biomas mais ricos e ameaçados do planeta. Levar essa vivência ao público é algo muito importante para mim. Mais do que uma série fotográfica, O CHAMADO DO PANTANAL é um testemunho visual da urgência em proteger o que ainda nos resta de natureza em estado bruto. A série inaugura um projeto de longa duração, que segue em desenvolvimento com novas expedições e aprofundamentos no bioma”, declara o fotógrafo.
Projeto “Entre Dois Mundos” e consciência ecológica
De acordo com Cuoco, enquanto O CHAMADO DO PANTANAL representa seu coração e sua essência de trabalho atual, o projeto “Entre Dois Mundos” nasce como um desdobramento poético que amplia esse olhar para outros extremos do continente.
Em abril de 2025, Cuoco embarca em uma nova expedição à Patagônia, explorando os dois lados da Cordilheira dos Andes, com o objetivo de capturar imagens inéditas das paisagens glaciais, montanhas e contrastes climáticos da região.
Segundo o fotógrafo, a nova fase marca a ampliação do projeto “Entre Dois Mundos”, que une a exuberância tropical do Pantanal à imponência gélida da Patagônia. As vivências de Cuoco serão transformadas em uma nova série fotográfica e futuramente disponibilizadas em livro, exposições nacionais e internacionais.
“‘Entre Dois Mundos’ nasceu da oportunidade de explorar o outro extremo da América do Sul. Quando surgiu a possibilidade de fotografar as geleiras, montanhas e paisagens geladas da Patagônia, compreendi que poderia conectar o calor vibrante do Pantanal e o frio imponente do sul do continente”, conta o profissional. “A ideia de unir os extremos fortaleceu o conceito de travessia visual e ecológica que permeia toda a obra”, acrescenta.
Cuoco explica que os biomas são opostos em temperatura e geografia, mas semelhantes na força da natureza e na urgência da preservação. Segundo ele, “Entre Dois Mundos” nasceu do desejo de criar uma ponte entre os dois biomas da América do Sul.
“Ambos nos lembram de que fazemos parte desse ecossistema e que precisamos cuidar dele, o projeto traduz suas belezas em arte e promove reflexão por meio de imagens que emocionam, informam e despertam”, afirma o fotógrafo.
Para Cuoco, o projeto busca sensibilizar sobre questões ambientais, valorizar os biomas da América do Sul e fomentar uma cultura de respeito à vida selvagem. “Cada imagem carrega um chamado à consciência”, pontua.
“Levar arte às galerias é essencial, mas tocar o olhar de quem observa e plantar uma semente de cuidado é ainda mais poderoso. Entre Dois Mundos é, acima de tudo, um ponto de encontro entre arte, natureza e consciência”, esclarece.
De acordo com Cuoco, o olhar artístico apresentado em “Entre Dois Mundos” busca provocar impacto visual, emocional e, sobretudo, consciente. Ao capturar a beleza selvagem e a fragilidade dos ambientes, ele pretende despertar no espectador responsabilidade, além da admiração.
“Acredito que a fotografia tem o poder de tocar onde os discursos não alcançam. O impacto visual chama a atenção; a consciência vem na pausa, no silêncio, quando o olhar encontra algo maior que ele mesmo”, declara o artista.
Técnicas e desafios na expedição à Patagônia
Felipe Cuoco utiliza câmeras Canon mirrorless de última geração, como R5 e R7, e uma variedade de lentes especializadas, desde a RF 100-500mm para capturas à distância e vida selvagem, a RF 24-70mm para situações gerais, a RF 15-35mm para paisagens grandiosas e a RF 100mm macro para detalhes minuciosos.
O profissional também usa um drone DJI Mavic 3 Pro, essencial para explorar novos ângulos e revelar a dimensão das paisagens do alto. Cuoco ressalta que captar momentos únicos da natureza selvagem exige preparo técnico, paciência e sensibilidade.
“Trabalho com uma combinação de equipamentos me permite versatilidade em diferentes condições. O maior desafio é estar presente no momento certo. A natureza é imprevisível, e cada imagem exige concentração, silêncio e respeito pelo ambiente”, detalha Cuoco.
O fotógrafo esclarece que cada fotografia exige leitura de cenário, conexão com o entorno, planejamento e uma construção que começa bem antes do clique. Segundo ele, lidar com mudanças bruscas de luz, clima instável, e com o desafio de não interferir no comportamento dos animais são parte do trabalho.
Segundo o profissional, definir as imagens da exposição, muitas vezes, é um processo emocional. “Penso na narrativa que desejo construir, nos sentimentos que quero despertar. Cada imagem precisa dialogar com as outras, formar um conjunto que conduza o público por uma experiência visual coerente e envolvente”.
Para Cuoco, a fotografia é uma ponte entre o visível e o invisível, entre o ser humano e a natureza. Segundo ele, terá cumprido seu papel se usar essa ponte para aproximar as pessoas da vida selvagem e despertar nelas uma nova percepção sobre o valor da natureza que ainda existe.
“Ter consciência ecológica é uma responsabilidade coletiva. Cada bioma destruído é um pedaço da nossa história que desaparece. Trata-se de lembrar quem somos, de onde viemos e o quanto dependemos do equilíbrio ambiental para existir”, declara.
Para acompanhar novas fases do projeto, futuras exposições e expedições, basta acessar o site e as redes sociais do fotógrafo.