As enchentes são o tipo mais frequente de desastre natural e ocorrem quando um excesso de água submerge terrenos que normalmente são secos. As inundações são causadas, geralmente, por chuvas intensas, ocupação desordenada do espaço, pela impermeabilização do solo, pela eliminação da vegetação nativa, pela deposição irregular de resíduos sólidos, ciclone tropical ou tsunami em áreas costeiras.
Um levantamento realizado pela Confederação dos Municípios, em 2023, revelou que pelo menos 5,8 milhões de brasileiros foram afetados diretamente pelo impacto de chuvas ou secas no ano passado. Esses números incluem casos de perda de vidas, desalojamentos e perdas econômicas significativas. Com a evolução tecnológica, fica a dúvida se é possível prever inundações desse porte. Atualmente, com a inteligência artificial, já é possível monitorar, em tempo real, o aumento do nível da água em determinados locais, permitindo que as autoridades removam pessoas de áreas de risco com antecedência.
Segundo o Centro de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade do Ipea, as medidas estruturais intensivas são as mais utilizadas. Essas obras de engenharia implementadas para reduzir o risco de enchentes podem ser de três tipos, dependendo da sua função: i) aceleração do escoamento — diques e canalizações, que aumentam a capacidade de descarga de rios e o corte de meandros; ii) retardamento do escoamento — reservatórios e bacias de amortecimento; iii) desvio do escoamento — canais de desvio.
No entanto, ferramentas para detecção da altura de água na maior parte das cidades do país são escassas ou, quando existem, não conseguem fornecer imagens atualizadas do local. O mais comum é a instalação de apenas uma régua de medição, sem qualquer sensor, o que exige visitar a região ou depender de outros sistemas para verificar a situação, causando inúmeros problemas.
Os sistemas de monitoramento com câmeras do tipo All-in-One, que contam com inteligência artificial para detecção do nível de água, funcionam 24/7 para ler informações em tempo real e enviar alertas ao centro de comando, que irá verificar se o alarme é verdadeiro ou não. A câmera PTZ, por exemplo, é uma das opções que inclusive apresenta melhor desempenho em baixa luminosidade. “A leitura do ponto de água pode ser sobreposta na transmissão ao vivo, bem como nas gravações de vídeo com a tecnologia de IA incorporada. Além disso, os dados brutos podem ser exportados para realização de análises off-line com base na localização, data/hora e outras condições para revisar os dados históricos e acompanhar as tendências”, explica Hilton Carvalho, gerente de pré-vendas da Hikvision.
Assim, a gestão de alarmes pode ser realizada de forma adequada, pois o sistema exibe todos os alarmes e o operador pode tratar com base no processo de POP (Procedimento operacional padrão), além de visualizar os detalhes de cada um deles conforme necessário. Tudo é registrado na trilha de auditoria. O operador pode gerenciar centralmente a visualização ao vivo ou a reprodução dos sites, além de gerenciar a permissão e os direitos de acesso ao sistema.
O sistema de monitoramento com câmeras que utilizam IA é ideal para diversos cenários. Pode ser implantado em locais de acúmulo de água, como estradas, ruas e vias propensas a inundações, garantindo a segurança da população. Além disso, é indicado para reservatórios e barragens, assim como para margens de rios e lagos próximos a áreas urbanas. “Adicionalmente, o sistema pode ser instalado ao longo das trilhas ferroviárias para evitar danos aos equipamentos, prevenindo transtornos aos cidadãos e custos à administração pública”, conclui o especialista.