A Black Friday deste ano deve fazer o varejo paulista faturar quase 4% a mais neste novembro do que no mesmo mês do ano passado [tabela 1]. O setor deve ter receitas em torno de R$ 63,5 bilhões no período, puxado principalmente pelas lojas de vestuário, tecidos e calçados – que devem crescer 6,6% com a data. Os dados são da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo.
A análise da Federação é que as expectativas positivas se explicam pela combinação favorável dos indicadores emprego, renda das famílias e crédito disponível. Hoje, São Paulo tem aproximadamente 13,5 milhões de empregados formais – 400 mil a mais do que no ano passado. Consequentemente, há mais renda em circulação, que ainda será reforçada com o pagamento da primeira parcela do 13º salário, na penúltima semana do mês. O volume de crédito disponível às famílias, por fim, cresceu, 5,7% em um ano. Soma-se a isso A inflação mais controlada (5,16% em um ano), que elevou o poder de compra em 2023.
Assim, das cinco atividades analisadas pela Entidade, considerando a relação delas com a Black Friday, todas têm projeção favorável para novembro. Além do setor de vestuário, destacam-se ainda as lojas de eletrodomésticos, que devem registrar alta de 4% nas vendas, supermercados (3,7%), farmácias e perfumarias (2,2%) e móveis e decoração (1,1%).
O balanço não contabiliza atividades que não costumam ter impactos com a Black Friday, como concessionárias de veículos, materiais de construção e o comércio que se relaciona com combustíveis.
Apesar dos prognósticos positivos, há pontos relevantes que o empresariado deve levar em conta para registrá-los após a Black Friday: o mais importante deles é usar a data para oferecer descontos reais aos clientes, já que fraudes nos preços têm sido cada vez mais percebidas na ocasião – e minam as vendas de quem as realizam.
Além disso, estabelecimentos com preços considerados pouco atrativos pelos consumidores tendem a perder confiança, inclusive, para vendas futuras.
Por fim, os descontos também podem ser importantes para movimentar os estoques que ficaram parados ao longo do ano, abrindo espaço para a chegada dos itens de Natal. Sem contar que a Black Friday pode ser um momento-chave para fortalecer o caixa, de forma a ter recursos para arcar com os custos de final de ano – como a contratação de funcionários temporários, por exemplo.
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