O professor de matemática Vitor Aparecido Pereira da Costa, de 32 anos, da rede municipal ensino de Barueri, foi reconhecido nacionalmente em um concurso de poesia e prosa da Academia de Letras de São João da Boa Vista (SP). “Sonho com um mundo onde a criação literária seja uma forma de identificação, inventividade e posicionamento”, contou.
Vitor alcançou o terceiro lugar na categoria “poesia de 19 a 39 anos”. Este concurso, realizado no início de outubro com mais de mil inscritos não é o primeiro que ele participa e vence.
“Foi na pré-adolescência, quando eu percebi que tinha facilidade para me expressar na forma escrita, depositando meus sentimentos nas páginas finais dos meus cadernos de escola. Desde então a poesia se tornou uma forma de terapia e também de libertação”, disse o professor da Emef Carlos Osmarinho de Lima.
Números e palavras
Mestre em Matemática pela Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Vitor soma as duas paixões – as letras e os números -, mas confessa que a escolha da carreira em Exatas foi, também, guiada pelas oportunidades no mercado de trabalho.
A poesia
A vocação de Vitor foi destaque com a premiada poesia “Mundo moderno”, e segundo o escritor, trata-se de uma poesia de resistência. “Embora as obrigações da vida moderna nos consumam até o ‘osso’, ainda há espaço para o lirismo poético, mesmo em um mundo cético”, acredita.
Você pode conferir a poesia completa do professor Vitor clicando pelo link.
Saberes multiplicados
Sem deixar a matemática de lado, Vitor compartilha o seu gosto pela poesia com os alunos. Isso fez com que os jovens se sentissem à vontade para falarem também de seus interesses pela escrita. Esse é caso de Gabriel Souza Eugênio, de 18 anos, que também é MC e participa de batalhas de rimas. Ele revela sua admiração pelo professor.
“O olhar sensível dele sempre esteve presente. Ele tentava simplificar a matemática através de desenhos de animes que fazia na lousa. Me identifiquei muito com ele e a gente trocava poesias. Ele sempre foi um dos maiores incentivadores. Eu cheguei a fazer rimas sobre matemática na aula”, falou Gabriel.