STEM é uma sigla em inglês para Science, Technology, Engineering and Mathematics (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), áreas de conhecimento fundamentais para impulsionar a inovação e o desenvolvimento econômico no mundo atual. Essas disciplinas formam a base para profissões ligadas à transformação digital, automação e tecnologias emergentes, que estão remodelando o mercado de trabalho global.
De acordo com o Future of Jobs 2023, publicado pelo Fórum Econômico Mundial, as competências STEM são cada vez mais essenciais para o crescimento econômico em diversas regiões. O relatório aponta que, em várias partes do mundo, a transformação digital e os avanços na automação estão tornando esses profissionais cruciais para o desenvolvimento de novos produtos, serviços e soluções. A previsão é que as carreiras voltadas para essas áreas cresçam a uma taxa significativamente superior à média global nos próximos anos.
No Brasil, um estudo recente da Brasscom sobre o setor de tecnologia revela uma situação desafiadora. Até 2025, o país precisará de aproximadamente 797 mil profissionais em tecnologia da informação e comunicação (TIC), mas enfrenta um déficit anual de cerca de 106 mil talentos qualificados, uma vez que a formação de profissionais na área não está acompanhando a demanda crescente. Essa lacuna no mercado de trabalho brasileiro pode ser atribuída, em parte, à falta de uma educação mais técnica e à necessidade de adequar os currículos universitários e cursos profissionalizantes às exigências atuais do setor tecnológico.
Perspectivas de carreira e crescimento de salários
Nos Estados Unidos, o Bureau of Labor Statistics aponta que as carreiras em STEM estão se expandindo rapidamente, oferecendo oportunidades superiores tanto em termos de crescimento quanto de remuneração. Profissões nas áreas de bioquímica, estatísticas e ciência de dados são destacadas como as mais promissoras. Essas carreiras não apenas apresentam uma taxa de crescimento acelerada, mas também possuem salários médios mais elevados do que a maioria das outras profissões.
Além disso, a análise também indica que a crescente demanda por habilidades técnicas no setor de saúde, por exemplo, está impulsionada pela integração de tecnologias como impressão 3D e dispositivos biomédicos. As impressoras 3D têm sido utilizadas para desenvolver modelos de órgãos e até mesmo para criar próteses personalizadas, demonstrando como a interdisciplinaridade entre as áreas de ciência, engenharia e matemática pode ter um impacto direto na vida das pessoas.
O impacto da automação e das tecnologias emergentes
O avanço da automação e das tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, está redefinindo a natureza do trabalho nas indústrias em todo o mundo. Um estudo global da McKinsey sobre STEM e automação revela que, até 2030, as habilidades avançadas nessas áreas serão essenciais para setores como saúde, energia e manufatura. O aumento da automação pode, por um lado, substituir certos tipos de trabalho manual, mas, por outro, gera a necessidade de novos profissionais que possam projetar, programar, operar e manter essas tecnologias.
No setor industrial, a automação, juntamente com o uso de componentes eletrônicos como sensores e atuadores, está transformando a produção de bens e serviços. A manufatura de componentes eletrônicos e sistemas inteligentes requer uma combinação de habilidades de engenharia elétrica, ciência da computação e programação. Profissionais qualificados para lidar com essas novas tecnologias são essenciais para garantir a eficiência e a sustentabilidade das operações em larga escala, tanto no Brasil quanto em outras partes do mundo.
Educação e formação de profissionais em STEM
Os relatórios e estudos anteriormente mencionados concluem que o treinamento e a capacitação de profissionais em STEM desempenham um papel central na superação dos desafios relacionados à escassez de talentos. Para que a demanda por profissionais qualificados seja atendida, é necessário investir em programas de educação técnica e superior que integrem disciplinas de ciência, engenharia e matemática. Além disso, as parcerias entre empresas e instituições educacionais podem facilitar a oferta de programas de estágio, mentoria e formação especializada, que preparem os alunos para os desafios do mercado de trabalho.
Iniciativas como a implementação de kits de robótica, como o arduino, em escolas e universidades têm se mostrado eficazes para despertar o interesse dos jovens por essas áreas. O arduino, um protótipo de plataforma eletrônica de código aberto, permite que os alunos desenvolvam projetos práticos que combinam hardware e software, o que favorece a compreensão de conceitos essenciais de eletrônica e programação. Essa abordagem prática pode ser um caminho eficiente para aumentar o número de profissionais capacitados na área de tecnologia.