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segunda-feira, 25 novembro 2024
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Criminosos utilizam IA, redes sociais e bots para lavagem de dinheiro

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Cerca de US$ 3,1 trilhões em fundos ilícitos circularam pelo sistema financeiro global no ano passado, de acordo com a Nasdaq. No Brasil, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) produziu mais de 16 mil relatórios sobre movimentações bancárias suspeitas no mesmo período, um aumento de 24% em comparação a 2022. Em meio à escalada de esquemas de fraude e lavagem de dinheiro no setor bancário, as chamadas contas laranja ou contas mula, são cada vez mais utilizadas como facilitadoras do crime organizado.

O expediente, utilizado para transferir fundos ilícitos para contas de terceiros com objetivo de ocultar sua origem criminosa, não é uma novidade, mas de acordo com a Lynx Tech, especializada em prevenção a fraudes, vem sendo aprimorado por meio de tecnologias avançadas.

“Grande parte das cifras movimentadas por laranjas é oriunda de crimes cibernéticos, e os bandidos têm recorrido à IA para orquestrar, com o mínimo de recursos, ataques mais complexos contra instituições financeiras e seus clientes, utilizando bots e mídias sociais para amplificar seu alcance”, explica Rogério Freitas, diretor-geral da Lynx Tech no Brasil.

O surgimento das identidades sintéticas, impulsionadas pela adoção generalizada de IA, facilitou a criação de contas laranja. Desenvolvidas a partir da combinação de informações falsas e verdadeiras, as identidades sintéticas tornam mais difícil a detecção de atividades ilícitas.

“À medida que quadrilhas especializadas aumentam a oferta de serviços de assinatura para ataques avançados, o Crime como Serviço (CaaS) tende a gerar ainda mais violações de dados, roubos de identidade e fraudes em contas”, alerta Rogério.

O executivo recomenda quatro medidas para que os bancos aprimorem suas estratégias de detecção, prevenção e mitigação de infrações envolvendo atividades de contas laranja.

1) Criação de identidades digitais robustas de clientes, apoiadas por perfis de dispositivos, dados de geolocalização e biometria comportamental durante a integração e interações subsequentes com a instituição financeira, fornecendo uma visão de 360 ​​graus do usuário, incluindo todas as transações e contas potencialmente arriscadas.

2) Revisão de todas as transferências/transações recebidas, analisando comportamentos financeiros de entrada e saída em tempo real. “Pagamentos instantâneos, como o PIX, permitem que os criminosos movimentem volumes de dinheiro em um ritmo acelerado sem precedentes, contribuindo para o sucesso das fraudes bancárias”, observa o diretor-geral da Lynx Tech no Brasil.

3) Aplicação de uma pontuação de risco à transferência/transação com base na probabilidade de associação com atividades ilícitas.

4) Sinalização e bloqueio automático de atividades em contas identificadas como mulas.

“Acabar com as contas laranja é importante não apenas para as instituições bancárias, mas para toda a sociedade. As contas laranja são um elo fundamental na cadeia logística do crime financeiro. Ao interromper esse fluxo, não apenas protegemos inúmeras vítimas, mas também reduzimos a capacidade operacional das organizações criminosas”, conclui o executivo.

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