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sábado, 23 novembro 2024
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Descarbonização é uma iniciativa baseada na natureza para combater a poluição

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O Brasil tem potencial para ser um importante protagonista do setor de certificação e estoque de carbono. O mercado de crédito de carbono, que, no Brasil, ainda não está regulado, gera estímulo para a promoção de iniciativas de descarbonização de empresas e para o atingimento de metas de redução de emissões do país.

Esses créditos, além de valorizados pelo mercado, ainda são responsáveis pela regeneração de biomas importantes como o Cerrado, onde há nascentes que abastecem seis das oito grandes bacias hidrográficas do Brasil e corredores de chuva formados, tão importantes para combater a poluição.

“O mercado de carbono tem ganhado destaque nos últimos anos como uma estratégia crucial para combater as mudanças climáticas e reduzir as emissões de gases de efeito estufa. O avanço da compensação de carbono tem sido impulsionado por uma convergência de esforços de governos, empresas e indivíduos em direção a uma economia mais sustentável”, pontua Vininha F. Carvalho, ambientalista, economista e editora da Revista Ecotour News & Negócios.

Por meio da fotossíntese, as florestas são capazes de absorver o dióxido de carbono. Segundo pesquisa da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo, cada hectare de floresta em desenvolvimento é capaz de absorver de 150 a 200 toneladas de carbono, sendo um aspecto positivo no processo de utilização das florestas no combate à poluição.

As empresas que adotam práticas sustentáveis optam pela compra de crédito de carbono. Esta pratica diz respeito à compensação da emissão dos gases do efeito estufa por meio do plantio de árvores, substituição de combustíveis poluentes ou incentivo à energia renovável, entre outros projetos com impacto socioambiental positivo.

Segundo Francisco Higuchi, CEO da Tero Carbon e doutor em Ecologia e Manejo de Florestas Tropicais (UFPR/INPA/ FFPRI Japão), o Brasil embora concentre 15% do potencial global de captura de carbono por meios naturais, emite menos de 1% do potencial anual. Num cenário ideal, o Brasil poderia atender a 48,7% da necessidade mundial por créditos de carbono, desde que haja um investimento maciço no setor.

O Acordo de Paris estabeleceu um marco global crucial ao convocar nações a se comprometerem com a redução das emissões de carbono.

Durante a COP28, em 2023, o mercado de carbono foi amplamente discutido por ser uma das soluções baseadas na natureza para combater as mudanças climáticas. Apesar de alguns desafios que o mercado de carbono enfrentou em 2023, a queda no valor dos créditos foi oriundo de fatores externos, como as guerras da Ucrânia e Gaza.

No Brasil, o cenário para alcançar a neutralidade de carbono apresenta desafios consideráveis. Mesmo em grandes empresas que cumprem as exigências do “Novo Mercado” na B3, apenas 21% estão listadas no ISE (Índice de Sustentabilidade). Em Pequenas e Médias Empresas (PMEs), os números podem ser ainda mais desafiadores. Segundo o Sebrae, apenas 12% das PMEs possuíam um programa de sustentabilidade formalizado.

A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) publicou, no mês de maio de 2024, a Resolução nº 743/2024, que regulamenta o monitoramento e a compensação das emissões de dióxido de carbono (CO2) em voos internacionais. Estas regras entram em vigor em 1º de janeiro de 2025 e valem para companhias que emitir, em um ano, quantidade superior a dez mil toneladas de CO2 na fase internacional de voo, em veículos acima de 5,7 mil quilos.

Um relatório publicado recentemente pela Global Shipping Business Network (GSBN) apontou que, a digitalização de processos no setor de transporte marítimo pode ajudar a criar uma significativa redução nas emissões de carbono, cuja meta é zerar até 2050. Ao menos 80% do comércio internacional dependem deste tipo de modal, embora hoje esse seja mais eficiente em termos em termos de emissão de gases de efeito estufa que o aéreo, ainda é responsável por quase 3% das emissões globais.

“A meta de neutralidade de carbono visa equilibrar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) com ações que removem ou compensem esses gases da atmosfera, contribuindo significativamente para a mitigação do aquecimento global. A descarbonização é um desafio urgente e complexo para garantir a sustentabilidade”, finaliza Vininha F. Carvalho.

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