Ainda na infância, Maurício Rosa, morador de Barueri, costumava visitar as bibliotecas da cidade, que possuíam acervos “invejáveis”. “Foi em uma dessas visitas que iniciei minha vida de leitor e descobri muitas das minhas principais influências criativas”, diz ele.
Chegando aos 17 anos, Rosa já demonstrava sua inclinação para a literatura ao participar de um prêmio literário promovido pela Secretaria da Cultura de Barueri. “Fui um dos vencedores e, desde então, esse primeiro passo tem reverberado. Isso prova o quanto essas iniciativas culturais são fundamentais para a formação de novos escritores.”
O percurso de Rosa, então, pareceu natural, culminando na escrita dos livros “Vamos orar pela vingança”, “O longo cochilo da ursa e” o recém-lançado “Na proa do trovão” (Ed. Laranja Original), obra em que reconta memórias de seu avô materno, Armando, a quem não chegou a conhecer, exceto por relatos fragmentados de outros parentes. O desejo de preencher essa lacuna foi a inspiração por trás do livro, publicado pela editora Laranja Original. Mais do que um retrato realista, a obra busca traçar uma genealogia baseada na poesia e na imaginação.
Em “Na proa do trovão”, Rosa começa com o nascimento e termina com a morte de Armando, um homem negro e de origem humilde. A publicação reimagina momentos importantes da vida dele, com foco nas relações afetivas e familiares. Em “Fascinação”, o autor traça um paralelo entre a solidão e o abandono do parto de Armando, filho de uma mãe solteira e pobre moradora do Rio de Janeiro, e a visita oficial do rei da Bélgica à mesma cidade. Já “Menina do Mato (um amor)” e “Carolina (outro amor)” exploram os relacionamentos amorosos do avô, marcados por momentos de ternura e desejo, mas também por outros mais sombrios.
Prefácio
A obra ainda conta com uma apresentação e um prefácio escritos, respectivamente, por Lilia Guerra, finalista do Prêmio São Paulo de Literatura com o livro O céu para bastardos, e Lilian Sais, semifinalista do Prêmio Oceanos 2024 com O livro do figo. Sensível e terno, “Na proa do trovão” é um exercício de construção literária que demonstra como as palavras e o afeto podem refazer caminhos que não puderam ser testemunhados. Rosa é também finalista do Prêmio Caio Fernando Abreu 2024 com o livro ainda inédito “Meu corpo é testemunha”.
“Para além da vivência natural de qualquer criança, a infância e a adolescência nesta cidade foram como pisar em um terreno seguro, no qual era possível pensar e acessar a arte. Sem nem imaginar, plantei lá atrás o poeta que, hoje, escreve e publica livros.”
Serviço
Título: Na proa do trovão
Autor: Maurício Rosa
Editora: Laranja Original
ISBN: 978-85-92875-89-3
Formato: Livro físico
Páginas: 80
Preço: R$ 60,00
Onde comprar: Laranja Original
Sobre o autor
Maurício Rosa vive em São Paulo. Aos 17 anos, ganhou um prêmio de literatura em sua cidade, e isso o impulsionou a pensar a escrita como uma possibilidade de carreira. Desde então, participou de diversas oficinas com escritores renomados como Marcelino Freire, Bruna Mitrano, Luiza Romão, entre outros. Tem textos publicados nas antologias Contos e causos do Pinheirão, organizada por Nelson de Oliveira, e Retratos pandêmicos, fruto do curso é Dia De Escrever. Atualmente, dedica-se inteiramente à poesia e escreveu textos para revistas especializadas como Ruído Manifesto, Leituras.Org, Revista Quiasmo, Littera 7, Revista Variações e Revista Sucuru. É autor dos livros Vamos orar pela vingança, O longo cochilo da ursa e Na proa do trovão, e finalista do Prêmio Caio Fernando Abreu 2024 com o livro ainda inédito Meu corpo é testemunha.