Após 64 dias acampados em frente ao Arsenal de Guerra, em Barueri, manifestantes pró-Bolsonaro abandonaram o local ao longo deste domingo (1), mesmo caminho seguido pelos militantes que estavam no Quartel-General em Brasília. A motivação pode ter sido a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que transcorreu sem intervenções ou ataques.
Os bolsonaristas deixaram para trás um rastro do material utilizado na montagem das barracas e lixo, que deve ser retirado por agentes da Prefeitura de Barueri.
Inconformados com a derrota eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro, em outubro, os manifestantes antidemocráticos, que se instalaram no local já no dia seguinte à vitória do petista, exibiam faixas onde pediam “intervenção federal” para impedir a posse de Lula.
Agressões e trânsito
Ao longo do período, a reportagem recebeu dezenas de e-mails e mensagens de leitores relatando agressões, inclusive neste domingo (1), onde a leitora Caroline afirma ter sido vítima de ataques, ao lado do marido, quando passava pelo local. “Eu estou de 7 meses de gestação e eles quebraram o vidro do carro. Foi desesperador, por pouco não me machucou”, relatou.
Além disso, os apoiadores do ex-presidente colocavam pneus em uma das faixas da via, impedindo a passagem de veículos, o que ocasionava trânsito lento no local diariamente.
Apesar de negarem os atos, as vítimas enviaram boletins de ocorrência e fotos para provar as agressões.
Mundo não acaba
O movimento começou a perder força já no dia 30/12, após live em que o ex-presidente falou que “o mundo não acaba em 1º de janeiro”, o que foi para seus apoiadores a confirmação de que não haveria intervenção e Lula tomaria posse. No pronunciamento, Bolsonaro não comentou que viajaria, horas depois, para Orlando, onde deve ficar até o fim do mês.