Um vídeo divulgado nas redes sociais por Thais Lopes chegou à reportagem do JB. Nele a mãe do garoto Artur, que tem 9 anos e é autista, expressou sua indignação pela falta de competência da coordenação e da agente de inclusão da EMEF Fioravante Barleta, no Jardim Silveira, onde o menino estuda, para mantê-lo seguro.
No vídeo, a mãe explica que faz hemodiálise duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras, e por isso não pode levar nem buscar o garoto na escola, tarefa repassada à filha Stéfanie, que também leva a irmã Sofia à unidade.
No dia 8, quando os filhos chegaram à unidade, a filha mais velha de Thais deixou a irmã, mas esperou a chegada da Agente de Inclusão Escolar provisória, às 13h15, para acompanhar Artur. “Neste dia, meu filho não estava bem. Ele já desceu irritado para a escola porque a coordenadora da unidade disse que a agente de inclusão fixa dele estaria lá no dia 7, o que não ocorreu, e também não estava presente no dia 8. Então, ele entrou emburrado e, em determinado momento, saiu correndo”, relatou a mãe.
Ela disse que a filha desceu atrás, ao perceber a situação, e flagrou a agente gritando com o irmão. ‘Não vou ficar com esse menino malcriado e chato porque não sou obrigada. Se você continuar assim, eu vou chamar a coordenadora, ou você vai embora ou vai ficar com outra pessoa’, teria dito a agente, segundo a irmã. “Ela apertou o braço e puxou meu filho. A Stéfanie viu, porém, quando ela percebeu a presença da minha filha, ela mudou o comportamento e começou a tratá-lo muito bem”, relata a mãe.
Indignação
Stéfanie ligou para a mãe e relatou o ocorrido. Thais pediu que ela permanecesse na unidade, caso o filho tivesse uma crise, e informou que iria mais tarde para a unidade para conversar com a coordenação sobre o incidente. Segundo o relato, a irmã conversou então com Artur, o acalmou, e ele foi para a sala. Durante o intervalo, ele desceu para o almoço e, momentos depois, no segundo horário, foi para o intervalo.
Foi nesse momento, relata a mãe, que ocorreu o sangramento nos pontos da cirurgia que o menino tem no peito. Segundo o relato da agente de inclusão, ele teria ficado próximo a uma área onde as crianças brincavam com bola de basquete, e percebendo que ele seria atingido por uma bola, a agente teria puxado o menino, causando o ferimento. Para a mãe, a versão conflita com a do filho, que afirma que a agente apertou o local, causando dor intensa e o sangramento.
“O que me deixa indignada é que nem foram os funcionários da escola que socorreram meu filho, foi outro aluno que foi chamar minha filha Stéfanie. Ela levou meu filho para o banheiro e limpou a ferida”.
Sem exerícios físicos
Thais relata que o filho possui um atestado que o proíbe de participar de exercícios físicos, correr, ou brincar de bola. “Não há um funcionário competente para mantê-lo longe desse espaço? Eles dizem que ele é muito agitado, mas isso justifica tratá-lo assim? Na terça-feira anterior, fui buscá-lo e ele estava com a bola no intervalo. Quando questionei, disseram que ele entrou na sala e pegou a bola. Ninguém supervisiona isso?”, questiona.
Thais foi até a escola, chamou a PM, a funcionária envolvida e a coordenadora, e foi orientada a registraro ocorrido no livro. “Eu já tinha marcado uma consulta para ele, então aproveitei para falar sobre o ferimento. O médico disse que estava infeccionado. Vamos seguir tratando, ver qual será o procedimento e pedir a Deus que nada de pior aconteça. Meu filho ficou 1 mês internado na UTI por conta da cirurgia. É fácil machucar o filho dos outros, uma criança autista que precisa de atenção, e colocar a culpa na criança e ficar por isso mesmo. Só quero o devido respeito.”
A reportagem enviou um questionamento à prefeitura sobre o ocorrido e está à disposição para ouvir a gestão sobre o caso.