A família do jovem Bruno da Silva Teixeira, 26 anos, que faleceu enquanto participava de uma corrida de rua em Alphaville, organizada por um grupo empresarial do coach e empresário Pablo Marçal, morador da região, tenta esclarecer o caso na justiça.
Bruno chegou a gravar um vídeo durante a prova, em 5 de junho, na Avenida Piramboia, contando que o percurso teria 42km. Ele teve uma parada cardíaca aos 15km.
De acordo com informações da família e amigos, a vítima corria poucas distâncias. “Eu acho que não se corre uma maratona sem preparo, físico, psicológico, isso é algo que todos os especialistas falam. Vamos correr e pronto? Tem muitas informações vagas”, disse o irmão do Bruno, Luciano Teixeira da Silva.
Luciano ressalta que “não teve solicitação junto à prefeitura para fazer acompanhamento da prova, nem pedidos para ambulância. Haviam dois professores, inclusive do Pablo, na maratona, mas pelo que nos disseram não houve primeiros socorros no local. Ele foi colocado dentro carro, pelo que parece não fizeram chamado para nenhum órgão”, contou.
Bruno trabalhava desde janeiro na empresa XGrow, criada pelo Pablo Marçal, atualmente liderada por Marcos Paulo de Oliveira.
Sobre a família ter sido contatada por alguém da equipe de Marçal, Luciano afirmou que receberam ligação de uma pessoa que se identificou como Tasso, mas, posteriormente, souberam que era o advogado do empresário.
“Nós estamos tentando descobrir o que realmente e parece que eles estão tentando proteger alguém ou esconder algo”, lamentou Luciano.
O outro lado
A defesa de Pablo Marçal, feita pelo advogado Tasso Renam Souza Botelho, afirmou que “não se tratava de uma maratona e sim de um treino normal, como aquele que muitas pessoas faz todos os dias, inclusive no local onde o incidente aconteceu, não havia qualquer estipulação de distância, onde a maioria do grupo correu entre 15 e 20 km nesse fatídico dia”.
Segundo Botelho, ao perceber que o Bruno passava mal, “pessoas que estavam próximas imediatamente iniciaram os primeiros socorros e começaram a ligar para a emergência, onde pelo indício de demora de atendimento foi tomada a decisão de Bruno ser colocado em um carro para ser levado ao hospital Albert Einstein, por estar a menos de 2 km do local do ocorrido, foi feita massagem cardíaca dentro carro, e ao chegar no hospital foi feito o procedimento de reanimação por quase 1 hora, o que infelizmente não teve resultado”.