Um evento de Hip Hop, marcado para começar às 12h no Jardim dos Altos, em Barueri, acabou em confusão no sábado (15). Os organizadores, Nelson Tobias (Na Quebrada) e Larissa Bacellar (Larah), afirmam que tinham autorização para realizar o evento, mas foram surpreendidos pela presença da Guarda Civil Municipal (GCM), que agrediu tanto Nelson quanto Larissa.
Segundo Nelson, o protocolo de solicitação do evento foi feito em janeiro junto à Secretaria de Cultura e Turismo. “Íamos realizar apresentações artísticas, uma oficina de graffite e uma apresentação de slam (poesia marginal)”, relatou. Na ocasião, ele também solicitou equipamentos como palco, banheiro químico e tenda.
O que diz a prefeitura
A prefeitura, por sua vez, confirmou que os organizadores enviaram um ofício solicitando apoio da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) para o fornecimento de palco, tendas e banheiro químico. Contudo, a prefeitura esclarece que “o envio de um ofício de solicitação não significa que o pedido tenha sido atendido”. De acordo com a gestão municipal, o evento não atendeu aos requisitos legais e teve sua autorização indeferida, sendo que o solicitante foi informado da decisão no dia 5/3, por meio do ofício GCMB nº 101/2025/CMT.
De acordo com a administração, no dia do evento, a GCM de Barueri atendeu a uma denúncia de moradores, que relataram a reunião de pessoas para um evento de grafite com música (baile funk). A Guarda, então, se deslocou ao local e reiterou o indeferimento da autorização para o evento. A prefeitura também alegou que, diante da recusa em acatar a decisão e das ofensas dirigidas aos agentes da GCM, Nelson foi contido e conduzido ao Distrito Policial de Barueri, onde foi registrado um boletim de ocorrência por desacato e desobediência. Nelson diz que foi até o DP, mas que foi dispensado logo em seguida.
Somos resistência
Nelson afirma que não foi notificado sobre o indeferimento do evento e que o banheiro químico solicitado foi entregue pela prefeitura. “O ‘rolê’ estava regularizado. Se não tivessem autorizado o evento, por que enviaram o banheiro químico? Outra coisa, nem tinha começado ainda o som. Vamos consultar nossos advogados para entender os próximos passos. Estou machucado, minha esposa foi agredida, uma mana preta. Não podemos deixar assim. Somos pela cultura, somos resistência”, desabafou Nelson.