Após quase 70 dias acampados em frente ao Arsenal de Guerra de Barueri, os bolsonaristas que estavam no local foram retirados, nesta segunda-feira (9), por agentes da PM comandados pelo secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, que cumpriu a determinação judicial do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para desmobilizar os acampamentos instalados nas proximidades dos quartéis do Exército e sede de poderes, em até 24 horas.
O farmacêutico-bioquímico, Caio Lourenço, relatou que passava pelo local, por volta das 15h, e viu a situação de “poucos terroristas aguardando os soldados desmontarem as últimas estruturas”. Ele disse que a desmontagem era feita por “pracinhas do Exército, observados por viaturas da PM”.
A cena foi acompanhada também em Brasília (DF), onde, após os atentados terroristas deste domingo (8), 1.500 pessoas foram detidas, sendo que 1.200 estavam em frente ao QG do Exército, que foi desmobilizado também nesta amanhã.
A Polícia Civil emitiu nota em que confirma a prisão em flagrante de 204 vândalos durante o domingo de depredação e violência na Praça dos Três Poderes. De acordo com a corporação, os responsáveis por atos de menor potencial ofensivo assinaram termos de comparecimento à Justiça e foram liberados. Outros, responsáveis por condutas mais graves, permanecem presos.
Próximo de Bolsonaro
A curiosidade da desmobilização de Barueri fica por conta do cumprimento da medida, realizada por Derrite, um quadro próximo da ala ideológica do bolsonarismo e amigo do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
O secretário disse que sobrevoou, ainda pela manhã, com o helicóptero Águia da PM, os principais pontos de bloqueios, como a Rodovia Castello Branco, assim como na Central de Distribuição da Petrobras. “Todas as vias estavam liberadas. Os serviços de inteligência da PM e PC acompanham todas as manifestações”, ressaltou.
Agressões e trânsito
Ao longo do período em que os bolsonaristas permaneceram acampados no Arsenal de Guerra de Barueri, a reportagem recebeu dezenas de e-mails e mensagens de leitores relatando agressões. Além disso, os apoiadores do ex-presidente colocavam pneus em uma das faixas da via, impedindo a passagem de veículos, o que ocasionava trânsito lento no local diariamente.
Apesar de negarem a violência, a reportagem recebeu fotos das agressões, além de boletins de ocorrência.