De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde, o número de doadores de órgãos em São Paulo cresceu mais de 10% em 2023. O levantamento levou em consideração o período de janeiro a 30 de agosto deste ano, quando houveram 696 doadores e, no mesmo período do ano passado, o total ficou em 631.
O governo atribuiu a alta às campanhas de estímulo à doação e a casos de grande repercussão na mídia. Entre 20 e 26 de agosto, houve um crescimento de 86% nos doadores, passando de 15 na mesma semana de 2022 para 28 neste ano.
Faustão
O apresentador Fausto Silva, o Faustão, recebeu um novo coração em um transplante no dia 27 de agosto e passa bem. O doador foi Fábio Cordeiro da Silva, que morreu em 26 de agosto, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC).
Em relação aos procedimentos realizados, também houve acréscimo de 10,5%. Foram feitos 5.077 transplantes de coração, fígado, pâncreas, pulmão, rins e córneas no estado neste ano. Em 2022, foram 4.592 intervenções.
Como ser um doador
Para ser um doador de órgãos basta comunicar a família sobre esse desejo. No caso de pessoas mortas, a autorização para a doação deve ser dada por familiares com até o 2º grau de parentesco. No último ano, as recusas de autorização da doação por parte das famílias caíram de 41% para 38,6%.
“A doação entre vivos só ocorre se não houver nenhum problema de saúde para a pessoa que está doando”, destaca o comunicado da secretaria. As diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) estabelecem que pessoas com diagnóstico de covid-19 com menos de 28 dias da regressão completa dos sintomas não podem ser doadores.
Lista de espera
A gestão do cadastro técnico dos potenciais receptores de órgãos doados é feita pelo Sistema Estadual de Transplantes (Central Estadual de Transplantes). Todo paciente que precisa de um transplante é inscrito nesse cadastro.
A central faz a distribuição dos órgãos de acordo com alguns critérios definidos por lei, como igualdade do grupo sanguíneo ABO seguido de compatibilidade; o tempo de inscrição do receptor (classificação por ordem cronológica de inscrição); relação antropométricas (como peso e altura) entre doador e receptor e, para casos graves, com risco iminente de morte, situações de priorização.
Essa análise é feita a partir da documentação que comprove o estado de gravidade do possível receptor. Cada estado possui a sua própria lista de espera e nenhum paciente pode estar inscrito em duas listas de estados diferentes.