A troca de comando do Exército, na próxima sexta-feira (30), pode sinalizar uma mudança no tratamento dado a manifestantes extremistas não só no entorno do Quartel-General do Exército, em Brasília, mas em todo o País, inclusive em Barueri. O grupo, que não aceita o resultado das urnas que deu à vitória a Lula, está acampado há quase dois meses em frente ao Arsenal de Guerra, na Vila São Francisco. A mudança foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (28).
Indicado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o general Julio Cesar de Arruda assumirá o comando do Exército dois dias antes da posse presidencial, em 1º de janeiro de 2023, e apesar de dizer que “não vai tirar ninguém na marra”, afirma que “o esvaziamento das manifestações deve acontecer com base no uso da inteligência policial”.
Em Barueri, o cenário se mostra hostil. Nas redes sociais, os manifestantes antidemocráticos postam vídeos dizendo que Lula não “subirá a rampa” e que a “última palavra é o do presidente”. O JB chegou a publicar a agressão a um motorista de APP, que foi ferido em frente ao Arsenal de Guerra, no dia 18 de dezembro, após descer do carro para verificar o estrago feito por uma pedra atirada contra o seu veículo.
Agressões
Ao longo da semana, a reportagem recebeu diversos relatos de agressões, como a do leitor Adriano, que disse que que a irmã teve os vidros de seu veículo quebrado por uma pedra arremessada. “O objeto machucou sua testa, sendo que ela votou no candidato apoiado por eles”, disse, em menção a Jair Bolsonaro.
Outra leitora, Talitha, diz que já “vi tacarem ovos nas pessoas que passaram por lá fazendo o L (em referência a Lula). Um absurdo se manifestarem com agressão”. Cassia, outra leitora, disse que “está virando uma palhaçada, isso não é protesto, vi esses manifestantes correndo atrás de um carro e tacando ovo”.
Ana disse nas redes sociais que sua tia e uma amiga, que são professoras em Barueri, estavam voltando do trabalho quando foram atacadas com ovos e pedras. Jane afirmou nas redes sociais que há duas semanas estava com dois adolescentes e um bebê de 6 meses no carro quando passou pelo Arsenal. “Eles colocaram uma bandeira no meu para-brisa e quando pedi para tirarem porque dificultava minha visão, fui agredida. Minha boca ficou sangrando e meu carro danificado”. Ela disse que chamou uma viatura da PM. “Chamei viatura da PM e nenhuma chegou, A polícia se nega a ir ao local”.
SSP
A reportagem questionou a Secretaria de Segurança Pública sobre as reclamações relacionadas ao atendimento das ocorrências em frente ao Arsenal de Guerra de Barueri e recebeu a informação de que, nos últimos 30 dias, não consta no local nenhum chamado por agressão. “Não há registro no COPOM que nenhuma viatura tenha sido acionada sobre esse tipo de ocorrência”. A PM pode ser chamada pelo 190.