O machismo não pode ser cultural”. Essa fala pertence à Mary Kayapó (Pavaroty), indígena parente de membros da Aldeia Tenonde Porá (situada em Parelheiros – São Paulo) e foi dita durante o encontro realizado na Secretaria da Mulher no dia 24 de abril, mesmo mês em que é comemorado o Dia do Índio (19 de abril). Os convidados mostraram, por meio da música, dança e artesanato, parte de sua cultura.
Na ocasião, a vice-presidente da Organização Não Governamental União das Nações Indígenas do Estado de São Paulo Tokumbo falou sobre a importância das políticas públicas serem voltadas às causas indígenas, dando ênfase no combate à cultura machista que também está presente nas aldeias.
“A mulher indígena precisa saber o quanto é importante. Precisamos lutar contra o machismo também em nossa cultura. Para isso é preciso trabalhar temas como educação, política, inclusão social e igualdade de gênero. A troca de culturas e a preservação da nossa tradição milenar, que é a cultura indígena, deve ser valorizada e reconhecida”, afirmou Mary.
Empreendedorismo
No encontro, a ativista Mary também abordou sobre a importância de investir e valorizar o empreendedorismo feminino, sobretudo para mulheres indígenas.
“Cada um tem a sua forma de ser empreendedor. Não importa se a mulher trabalha com artesanato, costura, o importante é ela ter acesso ao conhecimento sobre o que é empreendedorismo”, destacou.
O vão livre da Secretaria da Mulher, além de contar com apresentação de uma aula de expressão corporal temática ao som de “Todo dia era dia de índio”, da cantora Baby do Brasil. No local também foram expostas peças artesanais, fruto dos trabalhos desenvolvidos pelas artesãs indígenas e que também são fonte do sustento das famílias que compõem as aldeais.