A Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) recebeu até maio deste ano somente 14 queixas de falta de água na cidade de Barueri. O número é quase 50% menor do que o registrado pelo órgão no ano de 2015, 29 casos, no auge da crise hídrica devido ao desabastecimento do Sistema Cantareira, responsável pela região.
Ainda assim a situação é de alerta, já que desde o início de 2018, o reservatório tem anotado a cada mês uma diminuição de nível, atingindo menos da metade de sua capacidade, cerca de 44,9%, de acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
O índice chama a atenção, pois corresponde a quase os mesmos anotados há três anos, quando o Estado enfrentava problemas de estiagem, tendo o Cantareira aproximadamente 51% da sua capacidade, após receber cotas do volume morto.
Para o professor Antônio Eduardo Giansante, de engenharia hídrica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a situação é menos confortável, porém ainda não alarmante. “Hoje os sistemas produtores e de distribuição de água da região metropolitana de São Paulo estão mais seguros e interligados. Assim, temos um nível de risco inferior ao que tínhamos em 2014/2015”, explica.
As melhorias na estruturação da rede de fornecimento relacionam-se com a diminuição de reclamações quanto ao abastecimento, porém, de acordo com o professor, não abrem margem para o uso abundante e irresponsável de água. “Não pode voltar o consumo excessivo e o desperdício. Campanhas sobre economia de água tinham que ser permanentes”, disse
Previsão
De acordo com a meteorologista Patrícia Vieira, da Somar Meterologia, a região do Sistema Cantareira deve ter os próximos 15 dias com o tempo seco. “Episódios de chuva até devem acontecer no decorrer de julho, mas mesmo que os acumulados do mês atinjam a média, ainda não devem ser suficientes para recuperar o reservatório de forma efetiva” explica.
Por Samara Najjar