Embora o Brasil seja o sétimo maior produtor de lixo eletrônico no mundo, ainda falta muito ao país com relação ao descarte correto desses materiais. Os brasileiros produzem uma média de 1,5 mil toneladas de e-lixo por ano e somente 3% dele é coletado da forma correta.
Em Barueri, um equipamento específico para descarte de lixo eletrônico (televisões, celulares, computadores, eletrodomésticos etc.) instalado no Parque Municipal Dom José aponta para uma luz no fim do túnel. O serviço foi implantado sem nenhum custo ao município, por meio de ação conjunta da Coordenadoria de Inovação e Tecnologia (CIT) e da Secretaria de Recursos Naturais e Meio Ambiente (Sema).
Além de serem feitos basicamente de plástico, vidro e outros componentes que levam milhares de anos para se decompor, os aparelhos eletrônicos possuem substâncias químicas como chumbo, mercúrio, cádmio, berílio e vários outros que podem contaminar a água e o solo e causar doenças graves.
“Nós já temos uma preocupação muito grande com essa questão do lixo eletrônico, tanto que a Sema desenvolve várias ações para incentivar o cidadão a descartar esse tipo de material da forma correta, disponibilizando ecobags em pontos estratégicos e realizando campanhas quanto aos perigos do descarte incorreto”, explica o secretário de Meio Ambiente, Marco Antônio de Oliveira.
De acordo com ele, a escolha do Parque Municipal para alocar esse equipamento de coleta, logo na entrada, faz parte dessa estratégia. “O espaço recebe milhares de pessoas por dia que, ao se depararem com ele, certamente entenderão a necessidade de uma nova postura”, avalia.
Cidade responsável
A possibilidade de trazer ao município esse equipamento começou em novembro de 2017, quando funcionários da CIT realizavam uma visita técnica a uma faculdade de Sorocaba. No Smart Campus, eles tiveram acesso ao coletor.
Desde então, Barueri propôs à empresa responsável, Green Eletron, gestora de logística reversa para eletrônicos, a cessão do equipamento, bem como a retirada do que for coletado, sem qualquer custo aos cofres públicos.
“Em negociação com a empresa conseguimos o coletor, que tinha um valor médio de R$ 8 mil para aquisição, sem qualquer custo para a cidade. Por meio de termo de cooperação estabelecido, o município tem de ceder o local para a instalação e avisar à empresa quando for atingido o limite de três quartos da capacidade de armazenamento”, explica o coordenador da CIT, Jonatas Randal.
Assim que chega a esse limite, é feita a coleta, para posterior destinação final ambientalmente adequada. “Todo o gasto com coleta, transporte e destinação também se dão por conta da empresa”, afirma o coordenador.
Economia
Os especialistas ressaltam que a reciclagem dos componentes eletrônicos pode incentivar a economia de até 82% de energia e evitar a emissão de gás carbônico na atmosfera em até 71%. Além da questão ambiental, também é capaz de reinserir esses materiais na produção de novos como matéria-prima sem que seja necessária a extração de mais recursos naturais e a geração de uma nova cadeia de trabalho e negócios.