Em 2018, o Departamento Técnico de Controle de Zoonoses de Barueri, ligado à Secretaria de Saúde por meio da Vigilância em Saúde, recebeu 210 chamados relacionados a escorpiões. Desse número, cerca de 20 tinham a ver com picadas. Lembrando que os meses de outubro a dezembro costumam ter maior demanda, já que marcam o período mais quente, com reprodução de escorpiões e outros animais peçonhentos, além de maior oferta de seu principal alimento: as baratas.
Para o Departamento de Zoonoses, o aumento nos chamados não significa que o número de escorpiões tenha aumentado, mas que devido às campanhas, a população esteja mais atenta e buscando mais orientações.
“Neste ano de 2019, que apenas começou, já tivemos solicitações de munícipes preocupados com o aparecimento de escorpião na residência ou arredores, com maior incidência do que em anos anteriores. Acreditamos que tenha ocorrido esse aumento de solicitações em razão também da divulgação do assunto para a população por meio dos veículos de massa. Isso é muito positivo, uma vez que permite a equipe adotar as medidas adequadas para orientação e prevenção de acidentes com animais peçonhentos em regiões onde o risco é mais elevado”, ressalta a coordenadora chefe da Vigilância em Saúde de Barueri, Rosana Ambrogini.
A equipe reforça que, além de todas as ações realizadas pela Prefeitura, a colaboração dos cidadãos é fundamental. “Não está na mão apenas do poder público, é necessário o envolvimento principalmente dos munícipes, se responsabilizando por sua residência, mantendo-a sempre limpa e organizada”, orienta Rosana.
Como proceder?
Os profissionais ressaltam que o uso de venenos/inseticidas não é preconizado por órgãos de saúde, sendo até considerados ineficazes.
O que fazer em áreas comuns e imóveis:
– Realizar a limpeza periódica de pátios, jardins e áreas externas, eliminando o abrigo;
– Remover todo material acumulado que possa se tornar abrigo para animais peçonhentos, como material de construção, entulho, móveis velhos e objetos sem utilidade;
– Manter a vegetação rasteira dos jardins periodicamente desbastada e a grama constantemente aparada, impedindo que a vegetação volumosa sirva de abrigo a animais peçonhentos;
– Manter limpos e desobstruídos os cômodos destinados a depósito de material de limpeza, de manutenção ou despejo. Nesses cômodos, é recomendado o uso de prateleiras e suportes que permitam a estocagem do material afastado do piso em no mínimo 25cm;
– Providenciar proteção para todos os ralos, instalando tela protetora contra baratas e escorpiões, grelha com fecho do tipo “abre e fecha” e/ou mantendo-os permanentemente fechados com uma placa de borracha, caso sejam de pouco uso;
– Instalar tela milimétrica nos ralos externos de água pluvial. Utilizar, de preferência, tela metálica ou plástica por cima da grelha para evitar entupimento;
– Observar a saída de esgoto para água da máquina de lavar roupa, do tanquinho, da centrífuga ou do sifão da pia da cozinha. Esses, quando mal ajustados, também são pontos de acesso de escorpiões para o interior do imóvel, por isso devem ser muito bem vedados com espuma ou até mesmo esponja de lavar louça comum;
– Usar tela metálica nas saídas do tanque e da pia da cozinha;
– Obstruir os vãos das portas que dão acesso para o exterior. Utilizar anteparo de borracha nas frestas do tipo “rodinho de borracha”, saco de areia ou de espuma;
– Vedar a tampa de todas as caixas de inspeção de esgoto, caixas de passagem de água pluvial e caixas de gordura, normalmente localizadas na área comum do condomínio. Existem algumas opções para vedação: piche, espuma expansível de poliuretano, cimento fraco (mistura de pouco cimento e muita areia), chapa de isopor entre a tampa e a caixa ou cinta de espuma de borracha;
– Instalar nas caixas de inspeção do esgoto uma válvula de retenção de esgoto no cano de saída;
– Proteger também as caixas de inspeção da ação elétrica e telefônica, normalmente localizadas na área comum do condomínio (quando houver). Os conduítes devem ser vedados com silicone ou gesso;
– Vedar totalmente os conduítes da ação elétrica e telefônica nos locais de uso comum e residências. Essa vedação pode ser feita com silicone aplicado na saída dos conduítes nas caixas, em todos os cômodos. Tanto as caixas das tomadas e interruptores das paredes quanto dos pontos de luz do teto devem ser vedados, bem como tomadas sem uso ou sem ação;
Para evitar acidentes:
– Utilizar botas ao andar em locais com mato alto e materiais acumulados;
– Usar luvas de couro quando movimentar tijolos, madeiras e entulhos;
– Examinar roupas, calçados, toalhas de banho e roupas de cama antes de usá-los;
– Afastar camas e berços das paredes e não deixar que as roupas de cama encostem no chão.
Em caso de acidente:
– Lavar o local da picada com água e sabão;
– Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo;
– Se for possível (somente se for possível), capturar o animal e levá-lo ao serviço de saúde, pois a identificação do escorpião causador do acidente pode auxiliar no diagnóstico.
O que NÃO fazer com a vítima:
– Não aplicar nenhuma pomada nem medicamento caseiro no local;
– Não fazer curativo que feche o local, pois pode favorecer a ocorrência de infecções;
– Não fazer compressas com gelo ou água gelada, pois costumam acentuar a sensação de dor;
– Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada;
– Não fazer torniquete para prender a circulação do sangue;
– Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, pois não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro;
– Não dar medicamento nenhum à vítima até chegar ao serviço de saúde.